Práticas de cura nas religiöes e tratamento psíquico em saúde coletiva
Costa-Rosa, Abílio da
[Tese de Doutorado/Livre Docência] Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica. São Paulo; s.n; 1995. 192 p. tab.

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Pesquisa a eficácia das práticas de cura nas religiöes e alguns dos fatores e meios em que se fundamenta. Coleta dados de 3 grupos de Ss em dois momentos: antes e depois de terem participado das práticas de cura. Um grupo pertence às Igrejas Pentecostais (cultos judaico-cristäos), outro aos Terreiros de Umbanda (cultos afro-brasileiros) e outro aos Ambulatórios de Saúde Mental da Rede Pública (práticas fundadas no saber da ciência). Entrevista os consulentes, os curandeiros e observa os rituais de cura. Usa a Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada (EDAO), e o método clínico para fins de análise. Trata parte dos resultados com base em hipóteses analisadas estatisticamente e a outra com base em hipóteses analisadas qualitativamente. A análise estatística mostra significância (5 por cento) indicando que as práticas de cura nas religiöes possuem eficácia na melhora da adaptaçäo dos indivíduos que a elas recorrem; aumentam a adequaçäo da relaçäo consigo mesmos e com o cotidiano. A análise dos dados qualitativos sugere que sua eficácia está baseada na adiçäo de sentido de diferentes matizes fornecido por meios variados. Essa adiçäo de sentido provoca mudança de posicionamento subjetivo em relaçäo aos problemas, ao modo de tratá-los e ao próprio modo de vida.

Práticas de cura místico-religiosas, psicoterapia e subjetividade contemporânea
Costa-Rosa, Abílio da
[Artigo] Psicol. USP. 19(4): 561-590, dez. 2008.

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Analisamos os resultados de uma pesquisa sobre as práticas de cura místico-religiosas (Evangélicas e Católica Renovadas e Umbanda) e sua comparação com o tratamento dos Ambulatórios de Saúde Mental públicos, para indivíduos com queixas de sofrimento psíquico. A análise estatística revelou que as práticas de cura místico-religiosas são eficazes na solução dos problemas que as procuraram, superando, a curto prazo, a eficácia obtida pelas práticas ambulatoriais. As práticas de cura místico-religiosas parecem funcionar como ortopedias das "doenças" do individualismo contemporâneo, repondo com meios sintônicos aos sintomas alguma funcionalidade da categoria indivíduo. Como desdobramento da análise chegamos à hipótese sobre a existência de uma "Cultura do Misticismo" em estado avançado de formação no contexto brasileiro, como conseqüência das características culturais e dos efeitos da perturbação das relações do sujeito com o campo do simbólico, nas sociedades de consumo globalizado.