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O(A) autor(a) Moreira-Almeida, Alexander possui 31 documento(s) registrado(s).
Cirurgia espiritual: uma investigação
Moreira-Almeida, Alexander; Almeida, T. M. de; Gollner, A. M. [Artigo] Rev. Assoc. Med. Bras. 46(3): 194-200, TAB. 2000 Sep.
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OBJETIVO: Uma modalidade de tratamento que capta muito a atenção da mídia é a cirurgia espiritual, que, entretanto, tem sido pouco estudada cientificamente. Uma questão que se impõe é sobre a veracidade ou não de tais fenômenos, porém pesquisas nesse sentido são escassas.
MÉTODO: Apresentamos o relato de uma investigação sobre um dos mais famosos cirurgiões espirituais do Brasil, o Sr. João Teixeira de Farias. Foram acompanhadas por volta de 30 "cirurgias", sendo que em seis dos pacientes foram realizados a anamnese, o exame físico e coletados os tecidos extraídos para exames anatomo-patológicos.
RESULTADOS: O "cirurgião" verdadeiramente incisa a pele ou o epitélio ocular, além de realizar raspados corneanos sem nenhuma técnica anestésica ou antisséptica identificável. Apesar disso, apenas um paciente queixou-se de dor moderada quando teve a mama incisada. Os pacientes foram examinados até três dias depois da cirurgia sem nenhum sinal de infecção, bem como os relatos posteriores dos pacientes não continham informações de infecção. O exame histopatológico evidenciou que os tecidos extraídos eram compatíveis com o local de origem e, com exceção de um lipoma de 210 gramas, eram tecidos normais, sem particularidades patológicas. Foi realizada revisão da literatura e discussão do efeito placebo.
CONCLUSÕES: As cirurgias são reais, mas, apesar de não ter sido possível avaliar a eficácia do procedimento, aparentemente não teriam efeito específico na cura dos pacientes. Sem dúvida, nossos achados são mais exploratórios que conclusivos. São necessários posteriores estudos para lançar luz sobre esse heterodoxo tratamento.
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Núcleo de estudos de problemas espirituais e religiosos (Neper)
Moreira-Almeida, Alexander; Hyong, Jin Cho; Amaro, Jorge W. F.; Lotufo Neto, Francisco [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. 27(2): 113-5, mar.-abr. 2000.
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As dimensões espirituais e religiosas da cultura estão entre os fatores mais importantes que estruturam a experiência humana, as crenças, os valores, o comportamento e os padrões de adoecimento (Lukoff, 1992; Sims, 1994; Amaro, 1996; Weaver, 1998). Apesar disso, a psiquiatria, em
seus sistemas diagnósticos, bem como em sua teoria, pesquisa e prática, tende a ignorar ou a considerar patológicas as dimensões religiosas e espirituais da vida (Lukoff, 1992; King, 1998). Assim como a religiosidade é tradicionalmente vista de modo negativo pela psiquiatria, as experiências
místicas e espirituais são tidas como evidências de psicopatologia (Lukoff, 1992).
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Diretrizes metodologicas para investigar estados alterados de consciencia e experiencias anomalas
Moreira-Almeida, Alexander; Lotufo Neto, Francisco [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. 30(1): 21-28, 2003.
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As experiências anômalas (EA) (vivências incomuns ou que se acredita diferentes do habitual e das explicações usualmente aceitas como realidade: alucinações, sinestesia e vivências interpretadas como telepáticas...) e os estados alterados de consciência (EAC) são descritos em todas as civilizações de todas as eras, constituindo-se elementos importantes na história das sociedades. Apesar disso, têm recebido pouca atenção da comunidade científica, ou são abordados de forma pouco rigorosa. As EA e os EAC podem ser estudados sem que se compartilhem as crenças envolvidas, sendo possível investigá-los enquanto experiências subjetivas e, como tais, correlacionados com quaisquer outros dados. Neste artigo, procurou-se apresentar algumas diretrizes metodológicas para um estudo rigoroso do tema, entre elas: evitar uma abordagem preconceituosa e a "patologização" do diferente, a necessidade de uma teoria e de uma revisão exaustiva da literatura existente, utilizar diversos critérios de normalidade e patologia, investigar populações clínicas e não clínicas, desenvolvimento de instrumentos adequados para avaliação, cuidados na escolha dos termos e no estabelecimento de nexos causais, distinguir entre a experiência vivenciada e suas interpretações, considerar o papel da cultura, avaliar a confiabilidade e a validade dos relatos, por fim, o desafio gerado pela necessidade de criatividade e diversidade na escolha dos métodos.
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Prece intercessória
Moreira-Almeida, Alexander; Lotufo Neto, Francisco [Artigo] Einstein: Educ. Contin. Saúde. Carta ao Editor. 2(2);162-3. 2004.
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Prezado Editor. Primeiramente gostaríamos de parabenizá-lo pela iniciativa e esmero na qualidade da revista einstein. Há várias seções interessantes, inclusive a “Está Publicado!”, sobre “inusitadas proposições na área da saúde”(1). No entanto, deve-se ter cautela para não confundir o “inusitado”, que significa “não usual” e pode até ser uma virtude, com “pseudociência” ou “pérolas” que escapam da vigilância de um sistema de revisão por pares(2), o que possui uma conotação pejorativa.
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Suicídio assistido, eutanásia e cuidados paliativos
Moreira-Almeida, Alexander [Livro/Capítulo/Resenha] Capítulo de Livro. Suicídio: Estudos Fundamentais (Meleiro, AM.A.S.; Teng, C.T.; Wang, Y.P. (Eds). SP. Segmento Farma. 2004.
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O suicídio assistido (SA) e a eutanásia são temas que sempre geraram muitas controvérsias, mas que ultimamente têm recebido maior destaque por várias razões, dentre eles, pode-se destacar quatro: Aumento da prevalência de doenças crônico-degenerativas. Ausência de cuidados paliativos adequados. Avanço do materialismo. Autonomia do paciente.
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Religião e comportamento suicida
Moreira-Almeida, Alexander [Livro/Capítulo/Resenha] Capítulo de Livro. Estudos Fundamentais (Meleiro, AM.A.S.; Teng, C.T.; Wang, Y.P. (Eds). SP. Segmento Farma. 2004.
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As religiões, como norma geral, condenam enfaticamente a interrupção voluntária
da vida. Tendem considera-la como um sagrado dom de Deus do qual o ser humano não
deveria se dispor voluntariamente. Com algumas variações, esta visão existe no
Cristianismo, Islamismo, Judaísmo e Hinduísmo. O Budismo, apesar de não cogitar da
existência de Deus, também tem uma postura, embora menos enfática, de desaprovação do
suicídio (Pessini, 1999; Bathia, 2002). Além disso, a grande maioria da população no
mundo professa alguma religião, o que deveria tornar o estudo entre a religiosidade e
suicídio um tema relevante. Contudo, esse ainda é um tema muito negligenciado nas
pesquisas, as escalas de risco de suicídio ignoram quase completamente a religião e
espiritualidade (Koehoe, 1994).
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A mediunidade vista por alguns pioneiros da área mental
Moreira-Almeida, Alexander; Lotufo Neto, Francisco [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. 31(3): 132-141, 2004.
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As vivências tidas como mediúnicas são descritas na maioria das civilizações e têm um grande impacto sobre a sociedade. Apesar de ser um tema pouco estudado atualmente, já foi objeto de intensas investigações por alguns dos fundadores da moderna psicologia e psiquiatria. Foi revisado o material produzido por Janet, James, Myers, Freud e Jung a respeito da mediunidade, com ênfase em dois aspectos: suas causas e relações com psicopatologia. Esses pesquisadores chegaram a três conclusões distintas. Janet e Freud associaram mediunidade com psicopatologia e a uma origem exclusiva no inconsciente pessoal. Jung e James aceitavam a possibilidade de um caráter não-patológico e uma origem no inconsciente pessoal, mas sem excluírem em definitivo a real atuação de um espírito desencarnado. Por fim, Myers associou a mediunidade a um desenvolvimento superior da personalidade e tendo como causa um misto entre o inconsciente, a telepatia e ação de espíritos desencarnados. Como conclusão, é apontada a necessidade de se conhecer os estudos já realizados para dar continuidade nessas investigações em busca de um paradigma realmente científico sobre a mediunidade.
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Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas
Moreira-Almeida, Alexander [Tese de Doutorado/Livre Docência] Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina. São Paulo; s.n; 2004. [266] p. ilus, tab.
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Objetivos: Definir o perfil sociodemográfico e a saúde mental em médiuns espíritas,
bem como a fenomenologia e o histórico de suas experiências mediúnicas.
Métodos: 115 médiuns em atividade foram selecionados aleatoriamente de centros
espíritas de São Paulo. Numa primeira etapa foram aplicados os questionários:
sociodemográfico e de atividade mediúnica, SRQ (Self-Report Psychiatric Screening
Questionnaire) e EAS (Escala de Adequação Social). Todos os médiuns com
provável psicopatologia pelo SRQ (n=12) e o mesmo número de controles foram
entrevistados com base no DDIS (Dissociative Disorders Interview Schedule),
SCAN (Schedules for Clinical Assessment in Neuropsychiatry) e através de uma
entrevista qualitativa. Resultados: 76,5% da amostra eram mulheres, idade média 48,1 ± 10,7 anos, 2,7%
de desemprego e 46,5% de escolaridade superior. Eram espíritas, em média, há 16,2
± 12,7 anos e possuíam uma média de 3,5 tipos de mediunidade (incorporação 72%;
psicofonia 66%; vidência 63%; audiência 32%; psicografia 23%). Cada modalidade
mediúnica era exercitada entre 7 a 14 vezes por semana em média, não havendo
diferença entre os sexos. 7,8% dos médiuns ficaram acima do ponto de corte para
transtorno psiquiátrico menor pelo SRQ e a amostra alcançou uma pontuação de 1,85
± 0,33 na EAS. Houve correlação significativa entre os escores de adequação social e
de sintomas psiquiátricos pelo SRQ (r= 0,38 p<0,001). Não houve correlação entre a
intensidade de atividade mediúnica e os escores SRQ e adequação social. Os
médiuns diferiam das características de portadores de transtornos de identidade
dissociativa e possuíam uma alta média (4) de sintomas Schneiderianos de primeira
ordem para esquizofrenia, mas estes não se relacionaram aos escores do SRQ ou do
EAS. Foram identificados quatro grupos de relatos de surgimento da mediunidade:
sintomas isolados na infância ou na vida adulta, quadros de oscilação do humor e
durante o curso de médiuns. A psicofonia/incorporação possui como pródromos uma
sensação de presença, sintomas físicos diversos e sentimentos e sensações não
reconhecidos como próprios do indivíduo. Posteriormente, é sentida uma pressão na
garganta e mecanicamente começa-se a verbalizar um discurso não planejado. A
intuição foi caracterizada pelo surgimento de pensamentos ou imagens não
reconhecidos como próprios. A audição e a vidência se caracterizaram pela
percepção de imagens ou vozes no espaço psíquico interno ou objetivo externo. A
psicofonia só ocorria no centro espírita, as demais modalidades mediúnicas ocorriam
tanto dentro como fora dos centros espíritas.
Conclusões: Os médiuns estudados evidenciaram alto nível socioeducacional, baixa
prevalência de transtornos psiquiátricos menores e razoável adequação social. A
mediunidade provavelmente se constitui numa vivência diferente do transtorno de
identidade dissociativa. A maioria teve o início de suas manifestações mediúnicas na
infância, e estas, atualmente, se caracterizam por vivências de influência ou
alucinatórias, que não necessariamente implicam num diagnóstico de esquizofrenia.
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Religiosidade e saúde mental: uma revisão
Moreira-Almeida, Alexander; Lotufo Neto, Francisco; Koenig, Harold G. [Artigo] Rev. Bras. Psiquiatr. 28(3): 242-250, set. 2006.
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OBJETIVO: A relação entre religiosidade e saúde mental tem sido uma perene fonte de controvérsias. O presente artigo revisa a evidência científica disponível sobre a relação entre religião e saúde mental. MÉTODO: Os autores apresentam os principais estudos e as conclusões de uma revisão sistemática abrangente dos estudos sobre a relação religião-saúde mental. Utilizando-se de várias bases de dados, a revisão identificou 850 artigos publicados ao longo do século XX. O presente artigo também inclui uma breve contextualização histórica e metodológica, além de uma atualização com artigos publicados após 2000 e a descrição de pesquisas conduzidas no Brasil. DISCUSSÃO: A ampla maioria dos estudos de boa qualidade encontrou que maiores níveis de envolvimento religioso estão associados positivamente a indicadores de bem estar psicológico (satisfação com a vida, felicidade, afeto positivo e moral mais elevado) e a menos depressão, pensamentos e comportamentos suicidas, uso/abuso de álcool/drogas. Habitualmente, o impacto positivo do envolvimento religioso na saúde mental é mais intenso entre pessoas sob estresse (idosos, e aqueles com deficiências e doenças clínicas). Mecanismos teóricos da conexão religiosidade-saúde mental e as implicações clínicas destes achados são discutidos. CONCLUSÕES: Há evidência suficiente disponível para se afirmar que o envolvimento religioso habitualmente está associado a melhor saúde mental. Atualmente, duas áreas necessitam de maior investimento: compreensão dos fatores mediadores desta associação e a aplicação deste conhecimento na pratica clínica.
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Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos "anômalos" na psiquiatria
Chibeni, Silvio Seno; Moreira-Almeida, Alexander [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. 34(supl.1): 8-16, 2007.
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CONTEXTO: A investigação de áreas controversas, como a das relações entre espiritualidade e saúde, levanta uma série de questões sobre a prática científica que, se ignoradas, podem comprometer o desenvolvimento adequado das pesquisas. OBJETIVOS: Apresentar brevemente alguns temas de filosofia da ciência que podem contribuir na investigação de aspectos pouco explorados da realidade. MÉTODOS: Com base na descrição simplificada dos conceitos de paradigma, ciência normal e revolução científica, descritos por Thomas Kuhn, são propostos alguns critérios de avaliação de hipóteses científicas e algumas diretrizes epistemológicas para a exploração científica de novas áreas. RESULTADOS: A investigação científica deve se basear em hipóteses falseáveis, abrangentes, simples, com adequação empírica, predições experimentais precisas, integração e hierarquização teórica, bem como capacidade de predição de fenômenos de tipos novos. Nessa exploração, deve-se manter uma abertura para a investigação de fenômenos anômalos, busca de um referencial teórico que oriente as pesquisas, cuidado com a rejeição dogmática ou a aceitação precipitada de hipóteses e, no julgamento de uma hipótese, não conferir valor excessivo ao contexto que a gerou ou à autoridade das pessoas que a professam ou rejeitam. CONCLUSÕES: Para que possa produzir avanços significativos, a investigação de áreas controversas e/ou pouco exploradas cientificamente requer habilidades e conhecimentos específicos sobre a natureza da atividade científica, especialmente quanto ao que Kuhn chamou de "ciência extraordinária" (em contraste com a "ciência normal").
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É possível estudar cientificamente a sobrevivência após a morte?
Moreira-Almeida, Alexander [Livro/Capítulo/Resenha] Capítulo de Livro. In: Incontri, D. & Santos, FS. A Arte de Morrer – visões plurais. Bragança Paulista, SP. Editora Comenius, 2007. (pag. 36-44).
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Este capítulo aborda um tema que tem sido um dos maiores objetos de
preocupações e reflexões ao longo da história humana: a sobrevivência da
personalidade após a morte do corpo físico. Este tópico é central às religiões
em todo o mundo e tem sido foco de inúmeras e intermináveis discussões
filosóficas e teológicas. Ainda mais controvérsias existem quanto à
possibilidade de estudar cientificamente a sobrevivência após a morte. Neste
breve capítulo, naturalmente, não pretendemos esgotar o tema, mas
apresentar uma introdução muito breve ao assunto, com algumas reflexões e
estudos que têm sido feitos neste tópico tão importante.
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Espiritualidade e saúde: passado e futuro de uma relação controversa e desafiadora [editorial]
Moreira-Almeida, Alexander [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. 34(supl.1): 3-4, 2007.
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Desde tempos imemoriais, crenças, práticas e experiências espirituais têm sido um dos componentes mais prevalentes e influentes da maioria das sociedades. Profissionais de saúde, pesquisadores e a população em geral têm, cada vez mais, reconhecido a importância da dimensão religiosa/espiritual para a saúde. O número de estudos que investigam a relação entre espiritualidade e saúde tem crescido exponencialmente. Contudo, existem duas importantes limitações nesse campo em relação ao Brasil e outros países de língua portuguesa. Uma delas é que os estudos sobre espiritualidade e saúde realizados nesses países não são bem conhecidos no exterior. A segunda limitação é a ausência de uma revisão abrangente da literatura sobre espiritualidade e saúde, em português, que seja facilmente acessível a pesquisadores e clínicos de tais países.
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Versão em português da Escala de Religiosidade da Duke: DUREL
Moreira-Almeida, Alexander; Peres, Mario Fernando Prieto; Aloe, Flávio; Lotufo Neto, Francisco; Koenig, Harold G. [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. 35(1): 31-32, ND. 2008.
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As relações entre religiosidade e saúde têm sido cada vez mais investigadas e as evidências têm apontado para uma relação habitualmente positiva entre indicadores de envolvimento religiosos e de saúde mental (Moreira-Almeida et al., 2006). Como a maioria dos estudos disponíveis na área foi realizada nos Estados Unidos, há uma necessidade de replicação em outras culturas. Tendo como um dos objetivos a ampliação das pesquisas em espiritualidade e saúde em nosso meio, a Revista de Psiquiatria Clínica publicou recentemente um suplemento especial com esse tema (Moreira-Almeida, 2007). No entanto, uma limitação ao desenvolvimento de mais pesquisas em países de língua portuguesa é a carência de escalas de religiosidade que sejam curtas, simples e que forneçam dados relevantes. Com o objetivo de suprir essa carência, apresentamos uma versão em português de uma breve escala de religiosidade que se tem mostrado muito útil em outras pesquisas, a Duke Religious Index (DUREL) (Koenig et al., 1997).
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Tratado médico-filosófico sobre a alienação mental ou a mania
Moreira-Almeida, Alexander [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. 30(3): 302-303, 2008.
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Inicialmente, é preciso parabenizar os editores e a equipe envolvida na tradução e revisão deste clássico que é considerado um marco no nascimento da moderna psiquiatria. O precário conhecimento da história da medicina entre os clínicos e pesquisadores acarreta graves limitações na formação humanística e na capacidade de avaliação crítica das pesquisas e práticas em saúde. O pouco contato que temos com a história de nossa profissão é habitualmente feito por meio de textos elaborados por médicos sem adequada formação em História. O resultado é que, geralmente, temos acesso a uma visão simplista na qual alguns iluminados libertaram a humanidade da ignorância e da superstição. Habitualmente, vemos as práticas antigas como equívocos tolos e que atualmente vivenciamos o apogeu da Medicina, guiada pela real ciência e possuidora da verdade. É comum perceber um tom triunfalista nesses escritos de historiadores não profissionais ou mesmo em muitos editoriais das principais revistas médicas do mundo.
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Religiosidade e saúde
Stroppa, André; Moreira-Almeida, Alexander [Livro/Capítulo/Resenha] Saúde e Espiritualidade: uma nova visão da medicina Belo Horizonte: Inede, 2008. (pp.: 427-443).
O diagnóstico diferencial entre experiências espirituais e transtornos mentais de conteúdo religioso
Menezes Júnior, Adair de; Moreira-Almeida, Alexander [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. 36(2): 75-82, ND. 2009.
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CONTEXTO: Experiências espirituais podem ser confundidas com sintomas psicóticos e dissociativos, constituindo-se muitas vezes em um desafio para o diagnóstico diferencial.
OBJETIVO: Identificar critérios que permitam a elaboração de um diagnóstico diferencial entre experiências espirituais e transtornos psicóticos e dissociativos.
MÉTODOS:Foi feita uma ampla revisão na literatura sobre o tema, na qual foram examinados 135 artigos identificados em pesquisa no PubMed.
RESULTADOS:Foram identificados nove critérios de maior concordância entre os pesquisadores que poderiam indicar uma adequada diferenciação entre experiências espirituais e transtornos psicóticos e dissociativos. São eles, em relação à experiência vivida: ausência de sofrimento psicológico, ausência de prejuízos sociais e ocupacionais, duração curta da experiência, atitude crítica (ter dúvidas sobre a realidade objetiva da vivência), compatibilidade com o grupo cultural ou religioso do paciente, ausência de comorbidades, controle sobre a experiência, crescimento pessoal ao longo do tempo e uma atitude de ajuda aos outros. A presença dessas condições sugere uma experiência espiritual não patológica, mas, por outro lado, há carência de estudos bem controlados testando esses critérios.
CONCLUSÕES:Esses critérios propostos na literatura, embora alcançando um consenso expressivo entre diferentes pesquisadores, ainda precisam ser testados empiricamente e direções metodológicas para as futuras pesquisas sobre esse tema são sugeridas.
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Algumas Reflexões sobre as Implicações das Experiências Espirituais para a Relação Mente-Corpo
Moreira-Almeida, Alexander [Livro/Capítulo/Resenha] Capítulo de Livro. In: Franklin Santana Santos. (Org.). Cuidados Paliativos - Discutindo a vida, a morte o morrer. São Paulo: Atheneu, 2009, p. 283-300.
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Dada a complexidade e a natureza controversa dos dois tópicos que compõem o título deste capítulo, o objetivo deste texto é apresentar alguns argumentos gerais, fornecer materiais para reflexão sobre as implicações das experiências espirituais (EE) para a relação mente-corpo (RMC). De início, é enfatizado que apenas será apresentado algum material para reflexão, sem ter condições, devido às limitações de espaço, de fazer uma análise mais detalhada. Para os interessados numa leitura mais aprofundada, serão fornecidas ao longo do texto algumas referências básicas que permitem acesso a estudos e argumentações mais elaboradas e detalhadas.
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Personalidade e religiosidade/espiritualidade (R/E)
Alminhana, Letícia Oliveira; Moreira-Almeida, Alexander [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. 36(4): 146-154, 2009. tab.
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CONTEXTO: Embora existam muitos estudos relacionando o contexto religioso com a saúde física e mental, há poucas pesquisas sobre a interface entre religiosidade/espiritualidade (R/E) e personalidade. OBJETIVOS: O objetivo principal foi revisar as evidências empíricas de investigações sobre a relação entre religiosidade, espiritualidade e personalidade. MÉTODOS: Foi realizado um levantamento da produção acadêmica por meio das bases de dados virtuais: PubMed e PsychInfo, com artigos indexados até janeiro de 2008 e utilizando as combinações: "personality and spiritu*" e "personality and religio*" Além disso, foram pesquisados os artigos presentes em uma metanálise sobre o tema. RESULTADOS: Alta Religiosidade está associada a baixo Psicoticismo e a alta Amabilidade e Conscienciosidade. Conscienciosidade em adolescentes pode ser um preditor significante para a maior religiosidade na adultez jovem. E a dimensão de Religiosidade é mais provável candidata a residir além dos cinco grandes fatores de personalidade. CONCLUSÃO: A crença em uma dimensão de Religiosidade, em uma realidade transcendente ou em um Deus pessoal, em alguns casos, parece não possuir correspondências entre quaisquer dos cinco fatores de personalidade. Isso parece indicar que a R/E seja um potencial sexto fator de personalidade que não está presente nos modelos de personalidade atuais.
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Mitos históricos sobre a relação entre ciência e religião
Moreira-Almeida, Alexander [Livro/Capítulo/Resenha] Rev. Psiquiatr. Clín. 36(6): 256-257, 2009.
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As pesquisas na área de espiritualidade e saúde têm crescido de modo intenso ao longo da última década, no entanto o avanço de pesquisas e debates frutíferos nessa área é muitas vezes prejudicado pelos preconceitos existentes em ambos os lados da discussão entre espiritualidade e medicina, bem como por alguns mitos históricos de confronto entre psiquiatria e religião. Essas dificuldades para o avanço no entendimento da relação entre espiritualidade e saúde parecem sofrer grande influência de uma crença mais ampla, a da existência de uma incompatibilidade e animosidade históricas entre religião e ciência. Aqui entra a importância do livro em análise. Estudos mais recentes em história da ciência têm revelado a existência de muitos mitos tidos por décadas como verdades incontestáveis. Atualmente, toda pessoa medianamente intelectualizada "sabe" que religião e ciência estão e sempre estiveram em perene conflito e que as instituições religiosas sempre se constituíram em obstáculos ao desenvolvimento científico. Entre os muitos exemplos citados em apoio a tais conclusões, estão: a igreja cristã medieval defendia que a Terra era plana, suprimiu o crescimento da ciência e proibiu a dissecção de cadáveres; Giordano Bruno foi queimado pela inquisição por defender a teoria heliocêntrica de Copérnico; Galileu era um inimigo da religião que foi torturado pela inquisição; o renascimento e a ciência moderna surgiram como uma oposição a uma visão religiosa da vida e do mundo; Darwin tornou-se materialista em razão de seus estudos em torno da evolução por seleção natural.
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Religiosidade e espiritualidade no transtorno bipolar do humor
Stroppa, André; Moreira-Almeida, Alexander [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. 36(5): 190-196, 2009.
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CONTEXTO: Nos últimos vinte anos, estudos sistematizados têm identificado uma relação positiva entre espiritualidade/religiosidade (R/E) e saúde, notadamente saúde mental. Entretanto, são escassas as informações sobre R/E e transtorno bipolar do humor (TBH). Este artigo objetiva revisar as evidências disponíveis sobre estas relações. MÉTODOS: Foram cruzadas as palavras "bipolar", "mania" e "manic" com as palavras "religio*" e "spiritu*" nas bases de dados PubMed e PsychINFO em novembro de 2008. Foram encontrados 122 artigos publicados entre os anos de 1957 e 2008. RESULTADO: Os estudos apontam que pacientes bipolares tendem a apresentar maior envolvimento religioso/espiritual, maior frequência de relatos de conversão e experiências de salvação e uso mais frequente de coping religioso e espiritual (CRE) que pessoas com outros transtornos mentais. Indicam ainda, uma relação frequente e significativa entre sintomas maníacos e experiências místicas. Os estudos mais relevantes encontrados na literatura foram agrupados nesta revisão em cinco tópicos: delírios místicos, religiosidade e espiritualidade, coping religioso-espiritual, recursos comunitários e comunidades tradicionais. CONCLUSÃO: O TBH e a R/E possuem intensa e complexa inter-relação. Estudos sobre práticas religiosas saudáveis, espiritualidade e recursos de coping merecem ser ampliados, bem como sua relação com o cumprimento do tratamento e as recorrências da doença, as intervenções psicoterápicas e a psicoeducação de base espiritual.
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O crescente impacto das publicações em espiritualidade e saúde e o papel da Revista de Psiquiatria Clínica [editorial]
Moreira-Almeida, Alexander [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. 37(2): 41-42, 2010.
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As relações entre espiritualidade e saúde têm despertado um crescente interesse na comunidade acadêmica e na população em geral. Uma medida objetiva que reflete essa importância está no número de artigos indexados nas principais bases de dados internacionais na área de saúde. Em uma pesquisa realizada em 21/12/2009 com os termos de busca "religio*" e "spiritu*", identificamos 42.734 artigos no PubMed e 63.116 no PsycINFO. Deste total, quase metade foi publicada nesta última década, respectivamente, 18.478 e 27.100 artigos.
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Metodologia de Pesquisa para Estudos em Espiritualidade e Saúde
Netto, Sueli Mendonça; Moreira-Almeida, Alexander [Livro/Capítulo/Resenha] Capítulo de Livro. Capítulo 11 (pag. 182-196), Publicado em: Santos, Franklin Santana (org). (2010). Arte de Cuidar: Saúde, Espiritualidade e Educação. Bragança Paulista, SP; Editora Comenius.
Relação entre prática religiosa, uso de álcool e transtornos psiquiátricos em gestantes
Silva, Cristiane Schumann; Ronzani, Telmo Mota; Furtado, Erikson Felipe; Aliane, Poliana Patrício; Moreira-Almeida, Alexander [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. 2010;37(4):152-6.
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Contexto: A saúde mental de gestantes é bastante discutida na literatura científica. Nesse período, a mulher passa por alterações físicas, hormonais, psicológicas
e sociais e torna-se mais suscetível a problemas psíquicos. Há carência de estudos abordando a relação entre saúde mental e religiosidade nessa população.
Objetivo: Investigar a relação entre prática religiosa, prevalência de diagnósticos psiquiátricos e consumo alcoólico em gestantes de Juiz de Fora. Material e
métodos: Estudo transversal envolvendo 260 gestantes acompanhadas em Centros de Atendimentos a gestantes de Juiz de Fora, utilizando-se um questioná-
rio sociodemográfico (incluindo filiação e prática religiosa), o Mini International Neuropsychiatric Interview e o Alcohol Use Disorders Identification Test
(AUDIT). Resultados: A maioria das gestantes era praticante de religião (60,8%). As gestantes praticantes apresentavam menor frequência (p = 0,05) de Episódio
Depressivo Maior com características Melancólicas, Episódio Hipomaníaco, Transtorno de Pânico com Agorafobia Atual, Fobia Social Atual e Transtorno do
Estresse Pós-traumático. Em relação ao diagnóstico de Abuso de uma ou mais substâncias psicoativas, houve uma tendência à menor prevalência nos grupos de
gestantes religiosas praticantes (p = 0,057). Conclusões: Observou-se que as praticantes tendem a apresentar menores taxas de transtornos de humor e transtornos
ansiosos que as gestantes não praticantes de religiosidade.
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Envolvimento religioso e fatores sociodemográficos: resultados de um levantamento nacional no Brasil
Moreira-Almeida, Alexander; Pinsky, Ilana; Zaleski, Marcos; Laranjeira, Ronaldo [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. 37(1):12-15, jan. 2010.
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CONTEXTO: As relações entre envolvimento religioso e saúde têm sido objeto de crescente interesse, mas há carência de estudos fora dos Estados Unidos e da Europa. OBJETIVOS: O presente estudo descreve o envolvimento religioso na população brasileira e sua relação com variáveis sociodemográficas. MÉTODOS: Numa amostra probabilística da população brasileira (n = 3.007), variáveis sociodemográficas e de envolvimento religioso foram avaliadas. RESULTADOS: Cinco por cento dos brasileiros declararam não ter religião, 83% consideraram religião muito importante para sua vida e 37% frequentavam um serviço religioso pelo menos uma vez por semana. As filiações religiosas mais frequentes foram Catolicismo (68%), Protestante/Evangélica (23%) e Espiritismo Kardecista (2,5%). Dez por cento referiram frequentar mais de uma religião. De modo semelhante a estudos em outros países, maior idade e sexo feminino se associaram a maiores níveis de religiosidade subjetiva e organizacional, mesmo após o controle para outras variáveis sociodemográficas. Entretanto, nível educacional, renda e raça negra não se associaram de modo independente a indicadores de religiosidade. CONCLUSÃO: Este estudo mostra altos níveis de religiosidade entre os brasileiros e sugere que religiosidade, em diferentes culturas, pode relacionar-se de modo diferente com outras variáveis. Para uma melhor compreensão da influência da religiosidade na saúde, é necessário expandir esse tipo de estudo para outras culturas.
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Diagnóstico diferencial entre experiências espirituais e psicóticas não patológicas e transtornos mentais: uma contribuição de estudos latino-americanos para o CID-11
Moreira-Almeida, Alexander; Cardeña, Etzel [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. vol.33 supl.1 São Paulo May 2011.
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OBJETIVO: Contribuir para a validade da Classificação Internacional de Doenças-11ª edição no diagnóstico diferencial entre experiências espirituais/anômalas e transtornos mentais revisando artigos de pesquisa sobre o tema em psiquiatria e psicologia envolvendo populações latino-americanas e/ou produzidos por pesquisadores latino-americanos.
MÉTODO: Pesquisa em bases de dados (PubMed, PsycINFO, Scopus, and SciELO) por meio de palavras-chave (possessão, transe, experiência religiosa, experiência espiritual, Latin*, Brazil) em busca de artigos com dados psicológicos e psiquiátricos originais em experiências espirituais. Também foram analisadas as referências dos artigos selecionados e autores na área foram contactados em busca de dados e referências adicionais.
RESULTADOS: Há evidências consistentes que experiências psicóticas e anômalas são frequentes na população geral e que em sua maioria não estão relacionadas a transtornos psicóticos. Frequentemente, experiências espirituais envolvem experiências dissociativas e psicóticas de caráter não patológico. Embora as experiências espirituais não estejam habitualmente relacionadas a transtornos mentais, elas podem causar sofrimento transitório e são frequentemente relatadas por pacientes psicóticos.
CONCLUSÃO: Propomos algumas características que sugerem a natureza não patológica de uma dada experiência espiritual: ausência de sofrimento, de prejuízo funcional ou ocupacional, compatibilidade com o contexto cultural do paciente, aceitação da experiência por outros, ausência de comorbidades psiquiátricas, controle sobre a experiência e crescimento pessoal ao longo do tempo.
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Perfil sociodemográfico e de experiências anômalas em indivíduos com vivências psicóticas e dissociativas em grupos religiosos
Menezes Júnior, Adair de; Alminhana, Letícia Oliveira; Moreira-Almeida, Alexander [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. vol.39 no.6 São Paulo 2012.
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CONTEXTO: Vivências psicóticas e dissociativas não patológicas são comuns na população geral, especialmente em grupos religiosos. Há poucos estudos sobre o perfil da população não clínica com essas vivências, bem como há dúvidas sobre critérios para o diagnóstico diferencial dessas experiências. OBJETIVOS: Identificar o perfil sociodemográfico e de experiências anômalas (EA) entre pessoas que buscaram ajuda em centros espíritas. MÉTODOS: Foram entrevistadas 115 pessoas que procuraram auxílio em seis centros espíritas de Juiz de Fora/MG por causa de vivências psicóticas e/ou dissociativas. Entrevista semiestruturada investigou dados sociodemográficos, experiências anômalas apresentadas e a presença de critérios propostos para identificar experiências espirituais não patológicas. RESULTADOS: Predomínio de mulheres (70%), de meia-idade, com alta escolaridade, ativas ocupacionalmente e cujas EA começaram na infância (65%) ou adolescência (23%). As EA mais frequentes foram alucinações visuais (63%), auditivas (54%), "percepção espiritual" (53%), "sonhos paranormais" (38%) e experiências fora do corpo (31%). Para a maioria da amostra, essas EA não traziam prejuízos sócio-ocupacionais, eram curtas, episódicas e benéficas; entretanto referiram sofrimento emocional e falta de controle sobre elas. CONCLUSÃO: A alta frequência e diversidade de EA encontradas, bem como suas implicações teóricas, clínicas e de saúde pública, indicam a urgência de maior atenção a esse tópico.
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Implicações dos estudos brasileiros em psiquiatria e espiritualidade
Moreira-Almeida, Alexander [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. vol.39 no.5 São Paulo 2012.
Validação da versão brasileira da escala de religiosidade de Duke (DUREL)
Taunay, Tauily Claussen D'Escragnolle; Gondim, Francisco de Assis Aquino; Macêdo, Daniele Silveira; Moreira-Almeida, Alexander; Gurgel, Luciana de Araújo; et al. [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. vol.39 no.4 São Paulo 2012.
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CONTEXTO: Há escassez de instrumentos validados para o estudo da religiosidade em amostras brasileiras. Um recente estudo realizado em uma amostra comunitária sugeriu adequada validade para a versão em português brasileiro do índice de Religiosidade de Duke (P-DUREL). Entretanto, as propriedades psicométricas do P-DUREL não foram estudadas em amostras psiquiátricas e/ou de estudantes universitários.
OBJETIVO: Determinar a consistência interna, a confiabilidade teste-reteste e a validade convergente-discriminante do P-DUREL em duas amostras distintas.
MÉTODOS: Amostra 1: estudantes universitários (n = 323). Amostra 2: pacientes psiquiátricos (n = 102). Foram aplicados o P-DUREL e o Instrumento de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde - Módulo Espiritualidade, Religiosidade e Crenças Pessoais (WHOQOL-SRPB) em ambas as amostras; os sintomas psicológicos foram medidos por meio do Inventário Beck de Depressão (IDB) e do Inventário Beck de Ansiedade (IAB) na amostra 1 e da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) na amostra 2.
RESULTADOS: O P-DUREL teve adequada consistência interna (a de Cronbach > 0,80) e confiabilidade teste-reteste (Coeficiente de Correlação Intraclasse > 0,90) em ambas as amostras. Correlações moderadas entre as subescalas da P-DUREL (0,58 < r < 0,71) foram observadas. Além disso, correlações significantes entre os escores do P-DUREL com o escore geral do WHOQOL-SRPB, bem como com medidas de sintomas psicológicos, foram observadas em ambas as amostras.
CONCLUSÃO: O presente estudo abre perspectivas para o uso do P-DUREL para a investigação das dimensões da religiosidade em amostras brasileiras com características sociodemográficas diversas.
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Espiritualidade e Saúde Mental: o que as evidências mostram?
Moreira-Almeida, Alexander; Stroppa, André [Artigo] Revista Debates em Psiquiatria Ano 2, no.6, Nov/Dez 2012.
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Religiosidade e Espiritualidade (R/E) têm se tornado um tema de
crescente interesse entre clínicos e pesquisadores na área de saúde.
Entretanto, devido à falta de treinamento em temas ligados à rela
ção entre R/E e saúde, grande parte das evidências disponíveis ainda
são desconhecidas por muitos profissionais de saúde e muitos têm
dificuldades em lidar com a R/E em situações da prática clínica.
Este artigo visa oferecer uma breve e prática revisão dos principais
conceitos em R/E que são relevantes para o clínico, bem como das
principais evidências disponíveis sobre o impacto da R/E na saúde
mental. Existe um amplo, diversificado e robusto corpo de evidên
cias indicando a relevância e o impacto da R/E sobre a saúde. Os
estudos demonstram que a R/E é um elemento importante na vida
da maior parte da população mundial, principalmente entre aque
les enfrentando adversidades como o adoecimento. Pessoas com
maiores níveis de R/E tendem a apresentar maior bem estar e me
nores níveis de depressão, abuso/dependência de substâncias e de
comportamentos suicidas. Embora necessitando de maiores estu
dos, a R/E é algo importante na vida de pacientes com transtornos
bipolar e esquizofrenia, havendo evidências sugestivas de impacto
benéfico sobre a evolução destes transtornos mentais. Atualmente,
a tendência das pesquisas não é mais em investigar se há relações
entre R/E e saúde, mas em identificar os mecanismos desta relação
e como aplicar estes conhecimentos na prática clínica.
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Religiosidade/espiritualidade na prática clínica: o que o psiquiatra pode fazer?
Tostes, Janaína Siqueira R. Martins; Pinto, Alexandre de Rezende; Moreira-Almeida, Alexander [Artigo] Revista Debates em Psiquiatria Ano 3, no.2, Mar/Abr 2013.
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Há um consistente e diversificado corpo de evidências indicando a relevância da Religiosidade e Espiritualidade (R/E) para a saúde mental. É sabida a importância e o impacto que a R/E têm sobre a saúde. Entretanto, devido a` carência de treinamento em temas desta natureza, grande parte dos profissionais de saúde têm dificuldades em lidar com a R/E na prática clínica. Este artigo visa oferecer uma breve orientação de algumas das diretrizes práticas de abordagem da R/E no atendimento clínico psiquiátrico e geral. Os profissionais são orientados a coletar a história espiritual do paciente no primeiro atendimento, propiciando a abertura para um diálogo sobre essa temática e determinando a postura e abordagem adequada para a condução do tratamento. Em alguns momentos poderá ser necessário desafiar as crenças que estão sendo utilizadas de maneira prejudicial ou, ainda, contatar o líder religioso. São discutidos critérios que auxiliam na distinção entre experiências espirituais e transtornos mentais. Por fim, o artigo discute brevemente intervenções psicoterapêuticas que incluem a R/E. Concluise que aspectos da R/E têm importantes implicações para a saúde mental das pessoas, devendo perpassar as questões de ensino na área e ser incorporada nas práticas de saúde. O desenvolvimento e a implementação das implicações clínicas da R/E nos cuidados em saúde mental estão entre os principais desafios na área.
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Explorando a relação mente-cérebro: reflexões e diretrizes
Moreira-Almeida, Alexander [Artigo] Rev. Psiquiatr. Clín. vol.40 no.3 São Paulo 2013.
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CONTEXTO: O avanço no entendimento da mente e sua relação com o cérebro tem sido prejudicado por equívocos filosóficos e metodológicos. OBJETIVO: Discutir brevemente e propor diretrizes epistemológicas e metodológicas para uma frutífera investigação da relação mente-cérebro. RESULTADOS: A relação mente-corpo ainda é um problema em aberto, não havendo evidências conclusivas de que a mente seja apenas um produto da atividade cerebral. Na exploração da mente, deve-se evitar a aceitação ou rejeição prematura de teorias, buscando não apenas evidências confirmatórias, mas também as falseadoras de uma teoria. Deve-se ampliar e diversificar a base empírica, buscando especialmente experiências humanas não usuais, tais como as chamadas experiências anômalas ou espirituais. A observação de fenômenos anômalos que não se encaixavam nos paradigmas estabelecidos foi essencial em revoluções científicas prévias. Tanto dados quantitativos quanto qualitativos devem ser valorizados. Para explicar a mente e suas múltiplas manifestações, é essencial haver abertura e rigor para criar, desenvolver e testar alternativas teóricas. Candidatos a paradigma de base tanto materialista quanto não materialista devem ter oportunidade de ser apresentados, aprimorados e testados. CONCLUSÃO: A ampliação e a diversificação da base empírica aliada a uma postura epistemológica e metodológica mais adequada são essenciais para o avanço da compreensão da relação mente-cérebro.
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Realização
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Associação Médico-Espírita do Estado do Espírito Santo
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