Observa-se nos últimos anos uma convergência de interesses na união entre fé e
ciência, isso porque pesquisas vêm mostrando correlações positivas entre qualidade
de vida e fé. Nesse sentido, dados apontam que a religiosidade/espiritualidade de
um indivíduo pode afetar seu corpo, sua mente e sua interação com o meio em que
vive. A religiosidade/espiritualidade é vista como uma das possíveis estratégias de
coping (habilidade desenvolvida para o domínio de situações de estresse e
adaptação) apresenta bons resultados e é bastante utilizada comparada a outros
tipos de coping. Considerando os aspectos acima relacionados buscou-se com este
trabalho verificar a existência do coping religioso/espiritual em pacientes submetidos
a tratamento para o câncer. Para o desenvolvimento da pesquisa aplicou-se a
escala de coping religioso/espiritual em 30 voluntários submetidos ao tratamento do
câncer, com radioterapia, quimioterapia ou ambos. Estes pacientes permaneciam na
casa de apoio da União Oeste Paranaense de Estudos e Combate ao Câncer
(UOPECCAN), Cascavel, Paraná. A análise dos dados mostrou maior utilização das
estratégias de coping religioso/espiritual do padrão positivo (M = 3,51; DP = 0,64; p =
0,001) do que negativo (M = 2,17; DP = 0,44; p = 0,001), independentemente do
sexo (feminino: M = 3,52; DP = 0,67; p = 0,90 e masculino: M = 3,49; DP = 0,63; p =
0,90 para coping positivo e feminino: M =2,27; DP = 0,45; p = 0,19 e masculino M =
2,06; DP = 0,42; p = 0,19, para coping negativo), demonstrando que a busca por
estratégias religiosa/espiritual foi realizada pela amostra. Discute-se a importância
da compreensão do fator religiosidade/espiritualidade no tratamento fisioterapeutico,
para redução no risco de insucesso, utilização desse dado a favor do paciente
tornando o processo terapêutico mais adequado à demanda do paciente.